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[Entrevista] Engenheiro Alex Dal Pont fala sobre o Subsea Tie Back Forum

Entrevistamos o Engenheiro de Alex Dal Pont sobre o evento Subsea Tie Back Forum, trazendo sua percepção e lições aprendidas.


[Entrevista] Engenheiro Alex Dal Pont fala sobre o Subsea Tie Back Forum

1 – Alex, poderia por favor falar um pouco da sua experiência profissional e atividades atuais?
Me formei em engenharia mecânica pela Universidade Federal de Santa Catarina em 2001 e conclui o
mestrado em Metrologia Científica e Industrial pela mesma instituição em 2004. Ingressei na Petrobras em
2007, e desde então tenho atuado na maior parte da carreira com desenvolvimento tecnológico na área
submarina. Trabalhei alguns anos na área corporativa de engenharia submarina e depois fui gerente de P&D
em equipamentos submarinos no Centro de Pesquisa da Petrobras durante quatro anos. Atualmente trabalho
na área de Sistemas Submarinos, que fica na diretoria de Desenvolvimentos de Projetos e Tecnologia, onde
coordeno a qualificação de novas estruturas de dutos flexíveis e umbilicais. Além disso, tenho atuado na
implantação de tecnologias para otimização das operações submarinas.

2- Soubemos que você participou recentemente do “Subsea Tieback Forum”, em Houston. Por favor fale um pouco dos aspectos gerais do evento, como entidade organizadora, empresas participantes, número de profissionais envolvidos.
O Subsea Tieback Forum & Exhibition ocorre no Texas, EUA, há 17 anos. É organizado pela PennWell, uma
empresa de comunicação na área de Óleo e Gás, que organiza outros eventos na área, como a Deep
Offshore Tecnology (DOT), e publica revistas como o Oil & Gas Journal. O Subsea Tieback tem duração de
três dias e é composto por uma feira com cerca de 170 expositores numa área de 3800 m2 e uma
conferência que ocorre nos últimos dois dias. No primeiro dia, ocorre um tradicional curso introdutório de
engenharia submarina, com inscrição à parte. O público participante gira em torno de 2000 profissionais da
área. A feira é uma das maiores do mundo na área submarina. A Conferência é composta por sessões
temáticas e apresentações convidadas. Não há publicação dos trabalhos e as apresentações não são
disponibilizadas pela organização, de modo a promover uma maior abertura nas discussões.

3- Quais os principais assuntos abordados no Subsea Tieback, em especial nos paineis e sessões especiais. Ou seja, o que mais preocupa a indústria de engenharia submarina no momento atual, de preços baixo de petróleo.
O evento iniciou com palestras de dois profissionais da BP mostrando a visão atual deles de que campos em águas profundas não são mais a fronteira da indústria e que estamos numa fase onde é necessário mudar o modelo mental e otimizar o que for possível, algo que outras indústrias já enfrentaram no passado. As demais seções focaram em compartilhar lições aprendidas no projeto e operação de campos com longo tieback, desenvolvidos a partir de campos maduros (brown fields) e campos novos (green fields). Os desenvolvimentos dos campos de Gorgon & Jansz Fields, na Austrália, e do campo de Goliat, no Mar do Norte, foram bons exemplos apresentados. Alguns problemas operacionais foram relatados, como vibração de jumpers submarinos, falhas em sistemas de controle submarino e bloqueio de dutos offshore. Outro assunto abordado que também é relevante para o Brasil é a extensão de vida útil. O órgão regulador dos EUA, BSEE, dividiu com os presentes que eles não possuem ainda critérios claros para aprovar a extensão de vida de sistemas submarinos, principalmente de sistemas de risers, apesar do número de pedidos de extensão de vida estarem crescendo.

4- Uma oportunidade para redução de custos e extensão da vida de campos offshore é o descomissionamento de Unidades e ligação de poços através de manifolds / boosting submarino e longos tie-backs até Unidades existentes com planta de processamento ociosa. Este assunto foi discutido no Subsea Tieback?
Não. A substituição de plataformas por sistemas submarinos não foi mencionado em nenhuma das apresentações. Não saberia dizer se este cenário já foi debatido em outras edições. Os novos cenários relatados compreendem interligações de novos poços distantes em infraestruturas já existentes, evitando a instalação de novas unidades, como no caso do projeto de Julia, ou campos de gás que produzem diretamente do leito marinho para longas distâncias, como é o caso do projeto de Gorgon and Jansz.

5- Em 2016 o IBP, em parceria com a SPE Brasil e SPE Macaé realizaram o Subsea Forum, onde você foi o coordenador do evento. A próxima edição do evento está prevista para maio de 2018 no Rio de Janeiro, e desde já contamos com sua ajuda no Comitê Técnico. Poderia por favor destacar alguns pontos de melhoria, com base no que você observou no Subsea Tieback Forum?
Certamente faremos um esforço para atrair mais empresas expositoras para termos um espaço que proporcione uma maior interação no mercado. Apesar do cenário mundial na área submarina, pude constatar uma maior interação tanto no Subsea Tieback deste ano, quanto no Subsea Expo, em Aberden, no início de 2016, eventos estes que são anuais. Quanto à conferência, pretendemos manter o mesmo formato, com três dias de apresentações e espaço amplo para debate. Além disso, uma prática bem sucedida que iniciamos em 2016 e pretendemos repetir em 2018 é a premiação aos melhores profissionais e projetos da área submarina.

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